sábado, 15 de novembro de 2014

Solidão de mármore


Ando ao desalento,
Ando há tempos, dando tempo pro tempo...
Ando por andar, sem ter rumo ou onde chegar,
Nem feliz e nem triste, apenas andando!

Não sou do tipo de pessoa que goste de conversar,
Não tenho inimigos, tão poucos amigos e alguns colegas,
Também não tenho muitos sentimentos e os que tenho são falsos
ou tão real quanto ao longo discurso de um mudo,

Prefiro ficar só, no escuro canto de meu quarto,
Com meu fone de ouvido a cantar... E nesse momento me prendo
E nessa minha prisão invisível, onde eu sou o presidiário e o carcereiro
Fico ao relento, ao apodrecer pelo tempo...

E nesses momentos não há ninguém a quem me apegue,
E se há alguém a quem começo a me apegar,
Como um prego me desprego,
E como um prego despregado em um canto jogado torno a ficar...